Sou um apaixonado por música, para quem vem cá pela primeira vez. Para todos os que já vão conhecendo aqui o Tasco, ninguém duvida disso, espero eu.
Se há coisa que me deixa triste, é quando morre algum artista de quem eu gosto. Prince, Freddie Mercury, David Bowie, Kurt Cobain, Amy Winehouse, Chris Cornell, Chester Bennington... todos estes moços foram uma perda inacreditável para a cultura musical, a nível global. Quem sabe se na altura da morte eles ainda tivessem oportunidade de, a manterem-se vivos, darem-nos coisas tão maravilhosas como aquelas com que nos presentearam em vida.
Mas não há, na minha singela, modesta e criticável opinião, maior perda para o mundo musical que a de um senhor chamado Layne Staley. Não conhecem? Shame on you! Alice in Chains, diz-vos qualquer coisa? Não? Shame on you, again!
Os Alice in Chains são uma banda de grunge, que ainda hoje existe, formada nos anos 80 do século passado por um senhor chamado Jerry Cantrell, que ainda é o principal dínamo da mesma. Comecemos então com um pouco de história. O movimento grunge começou com bandas como Mudhoney, Mother Love Bone e progrediu depois com Alice in Chains e Stone Temple Pilots. Só então apareceram os gigantes Audioslave, Nirvana e Pearl Jam.
No início nos anos 90, quando as camisolas de flanela e as calças de ganga largas estiveram mais na moda, foi quando os Alice in Chains obtiveram o maior sucesso, especialmente com o álbum Dirt, de 1992. A particularidade do Layne era a voz que, tal como a do Eddie Vedder dos Pearl Jam, era facilmente reconhecível devido ao seu tom de Tenor Dramático. Talvez fosse ainda mais potente, inclusivamente, que a do Eddie Vedder. E o talento que havia naquele senhor era comparável apenas à sua vontade de se auto-destruir com drogas pesadas, álcool e gajas. Infelizmente, deixou-nos no ano de 2002, com apenas 36 anos e toda uma vida pela frente, num apartamento de motel rasco, com uma televisão a dar chuva e apenas 46 quilos de peso para mais de metro e oitenta de altura.
Temas como Rooster, Down in a Hole e o inesquecível Would? tornaram esta banda num dos meus ícones de adolescência. Ainda hoje gosto de ouvir não só os álbuns, como também o fabuloso Unplugged que fizeram para a MTV em 1996 em que podemos ouvir, sem filtros, a genialidade vocal do senhor que hoje venho aqui homenagear.
Espectacular, fico muito contente por ler este post! Layne Staley foi para mim, de longe, a melhor voz da cena do Rock n Roll, entre as melhores vozes de sempre da música. Alice in Chains foi até à sua morte, também na minha opinião, das melhores bandas de Rock n Roll de sempre. Embora se refira muito a Alice in Chains como sendo uma banda grunge a mim, e a muitos outros aficionados, sempre soou mais como uma banda de Hard Rock\Metal, embora naquela altura estivesse inserida na "cena" e no tempo do movimento grunge. Alice in Chains foi uma banda nem sempre consensual e não tão mainstream como Nirvana ou Pearl Jam embora musicalmente fosse muito mais rica. Acima de tudo Alice in Chains foi das bandas mais viscerais, mais genuínas e menos politicamente correctas de que há memória. Alice in Chains é uma banda especial e com muito misticismo. Layne Staley foi um monumento da música que infelizmente se deixou aniquilar por uma grande doença chamada toxicodependência, a meu ver, desnecessariamente até...para todos os efeitos, também tenho uma grande admiração e simpatia pelo Layne, inclusive alguma cumplicidade intelectual e emocional.
ReplyDeleteNão querendo ser mal educado e nem reduzir nenhum dos outros que referiste à insignificância mas, comparados a este eram quase todos uns meninos...e ficavam a uma grande distância no que ao talento diz respeito.
Unchained
Acontece, meu caro Unchained, que eu penso como tu. Em termos de talento vocal, acho exactamente isso que dizes. Uns meninos. Líricas é discutível, porque existindo o Jerry Cantrell, não me vou adensar muito no tema.
DeleteO problema é que, fazendo um post em que fizesse a comparação que fazes, abertamente e sem papas na língua, ia em primeiro lugar contra o primeiro impacto que a música dos "monstros" teve sobre mim, em segundo ia blasfemar o Chris Cornell e o Eddie Vedder (um foi e o outro é fabuloso) e em terceiro ia cair-me metade do mundo em cima.
Sim, entendo-te. Dos que falaste os únicos que estive mais próximo de admirar, Kurt e Chris, embora curiosamente nunca tenha entrado na febre que os mesmos provocaram na maioria. Nirvana, Soundgarden, Pearl Jam nunca me apaixonaram nem nenhuma das outras bandas grunge, obviamente isto é só a minha opinião pessoal. Mad Season foi um caso à parte, gostei muito.
ReplyDeleteQuero só lembrar que embora o álbum Dirt tenha sido o que mais vendeu, Facelift foi para mim o melhor álbum deles, na minha opinião dos melhores álbuns de todos os tempos!
Unchained.
Acho que o Dirt é um álbum mais adulto e que o Facelift é mais cru. Não gosto mais do Facelift mas consigo compreender o que dizes...
DeleteBom post!
ReplyDeleteUnchained.
"Só então apareceram os gigantes Audioslave, Nirvana e Pearl Jam"... Quis dizer Soundgarden, certo?
ReplyDeleteCerto. Audioslave é bastante posterior (e muito mais que o Chris Cornell). Muito obrigado
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