Acabou-se o curso

Ontem acabou o curso de preparação para o parto. Ontem caiu-nos a ficha. 

Primeiro caiu-me a ficha a mim... Muito em breve, está na hora de a T. entrar em trabalho de parto, de eu entrar em stress, de eu segurar o meu filho nos meus braços. Dentro em breve, a casa vai deixar de ser de dois para passar a ser de três, sendo os dois mais antigos os menos importantes.  Dentro em breve, vou mandar uma sms à Enfermeira R., que é uma querida, a avisar que vamos a caminho do hospital com uma grávida em trabalho de parto. E bateu-me, qual Mike Tyson em pico de forma a dar-me um soco nos dentes, que daqui a duas semanas, eu já sou pai de certeza. FALTAM DUAS SEMANAS! E esse tempo passa a correr. E agora perguntam... Estás preparado, Silent? Acho que sim. Vamos ver...

Depois caiu a ficha à T. Já em casa, durante o jantar. De todos os casais que lá estavam, nós éramos, por 4 semanas no mínimo, o casal mais próximo de ser pai. E a barriga da T. não era a maior. E a T. não era a mais gorda. Nem de perto. Alías, acho que era a mais magra. Apesar de gravidíssima, super-grávida, grávida de termo. E de ontem, na consulta, a médica ter ralhado com ela devido ao peso que ganhou no último mês.

E caiu-nos a ficha aos dois. Tá quase pá. Estamos tão próximos de ter o nosso filho nos braços, estamos tão próximos de ver a nossa vida a dar uma volta de 180º (serão 360º?) mas para melhor... O quarto do puto está preparado, tirando o aquecedor de pernas para o ar (depois faço um post sobre isso... com fotografia. Prometo!). A roupa já é demais, depois dos sacos que a amiga M. nos emprestou, roupa impecável que veio do filho dela e de mais uns quantos bebés de amigas dela. O nosso filho pode mudar de outfit 5 vezes por dia que não vai conseguir vestir tudo o que nos emprestaram. Estou ansioso por ter aquele pedacinho de gente nas mãos, nos braços, de o cheirar porque dizem que é a melhor coisa do mundo, de o beijar, de ver o primeiro sorriso desdentado e o primeiro choro desalmado. De entender o que é que os resmungos dele querem dizer. 

Estou preparado. Sinto que vou ser um bom pai. Que vou conseguir educá-lo bem, ensiná-lo a ser um menino bem educado, respondão mas com educação, bem disposto como os pais, giro como a mãe, inteligente como os dois, amante de música como o pai, amante de cinema como a mãe. Vou querer que ele seja o melhor em tudo o que faz, mas vou sempre tentar que a pressão esteja em mim e não nele, porque demasiada pressão numa criança pode ser negativo. E estou receoso. De fazer asneiras, que vou fazer de certeza muitas, mas nenhuma com efeitos permanentes. De perder a paciência devido à falta de sono. De não conseguir aperceber-me/compreender algum problema que a T. possa ter e ela ficar aborrecida comigo, com razão...

Vai correr bem!