Fui convidado para um aniversário ontem ao fim do dia, em Santa Cruz.
Lá fui eu com mais três moços no carro. Cheguei lá e a mulher do aniversariante recebeu-me com um sorriso luzidio na cara, um brilhozinho nos olhos e um "Parabéns Papá" acompanhado de um abraço e dois beijinhos. O aniversariante recebeu-me com um abraço e um "Como é que está esse G.?". Quando souberam do casamento, ficaram genuinamente satisfeitos pelo convite e felizes por mim.
E pensar que conheci este tipo e mais uns 10 ou 12 moços que por lá andavam em torneios onde o cheiro a suor imperava, onde personagens como a do Sheldon (quem não conhecer é um ovo podre) seguramente não se destacariam, onde geekiness é aparecer com roupa normal e não com chapéus da Hello Kitty, calças de pijama, pólos ou t-shirts relacionados com o jogo ou com outros jogos/séries de TV/filmes do Star Wars/Star Trek.
E pensar que quando há meia dúzia de anos pensámos em fazer uma equipa para tornarmos as nossas pools de cartas "comunitárias", esta equipa se iria tornar no mais sólido grupo de amigos que conheço. Claro que há desavenças entre a malta, sem dúvida. Mas não há confusão séria. Só trocas de palavras menos correctas, mais nada. E houve, há e haverão momentos como ontem, em que chegou a hora da fotografia de grupo e alguém gritou "Silent Man chamado à recepção" e quando lá cheguei ainda levei um calduço por estar na conversa quando era a hora da "nossa" fotografia.
E pensar que já pensei mil e quinhentas vezes em deixar de jogar o meu hobby mas que sempre que penso que vou deixar de conviver com aquela malta o bichinho de me levantar ao fim de semana tão cedo ou mais que num dia de trabalho normal, pegar em dados e cartas, caneta e papel e fazer 500 km só para me sentar em mais outra sala sobrelotada, sobreaquecida e subventilada durante dias inteiros, a ver adultos e adolescentes a jogarem com cartas com desenhos estranhos e textos ainda mais estranhos volta com ainda mais força. Mesmo já tendo vendido todo o meu material por quase 4.000€, ainda assim vou a uns quantos torneios com os meus amigos. Ainda no domingo fui a um.
Podem não ser os melhores tipos ao cimo da terra, podem ser um grupo de cromos, podem para uns quantos ser uns palhaços com a mania que são espertos quando não valem a ponta de um chavelho. Para mim, são os tipos mais porreiros ao cimo da terra. São as pessoas que há sensivelmente um ano pegaram em 4 carros, fizeram quase 50 km até à minha casa, arrancaram-me do sofá onde eu estava meio zonzo e levaram-me para uma das melhores noites da minha vida. São aquelas pessoas que quando informei que ia ser pai, pararam um torneio para fazer um moche. São os meus amigos. E ai de alguém que, à minha frente, fale mal deles. Não dá porrada imediata que eu ainda sou um tipo civilizado mas é certo e sabido que vai dar discussão grossa. E aviso para não repetirem a piadinha. Porque não sendo perfeitos, que não são, são ainda assim as melhores pessoas que eu conheço.
No comments:
Post a Comment
Eu quero ouvir-te...