Não sei o que mais me incomoda...
Se ver pessoas que gosto a discutir a possibilidade de uma pessoa que faz poesia em forma de música ser laureada com um Nobel e afirmarem que a existir um Nobel para o Dylan seria o Nobel da Música e não o da Literatura...
Se ver por aí comparações do mesmo Dylan com o Quim Barreiros, a Maria Leal ou o Lobo Antunes de pessoas que tinha como inteligentes. Já nem falo de certos grunhos com olhos da Blogosfera e dos bombados do Face.
Aos primeiros relembro nomes como o Carlos Tê, o Sérgio Godinho e o Carlos Alberto Moniz que escrevem maravilhosamente e depois têm a sorte de ver as suas poesias brilhantemente adaptadas para música. Mas que não são músicos (Sérgio, perdoa-me mas tu falas enquanto tocas guitarra, o que é um estilo é certo mas...).
Aos segundos relembro que uma coisa é escrever prosa, outra é escrever poesia e outra ainda é rimar pão com limão.
É o poeta que mais merece um Nobel da Literatura? Epá não. Há músicos que são poetas que merecem mais? Sim. Mas também há escritores que mais merecem. A escolha é consensual? Não. Nunca é e a malta fica (quase) sempre a esfregar a cabeça e a pensar "quem é este?" quando é o Nobel da Literatura. E este ano, um nome que no meio da Literatura é quase consensual salvo alguns aziados como o Lobo Antunes e a Alice Vieira, para só citar nomes portugueses, ganha e é o Zé Povo e a Maria Povinha que vêm criticar a Academia por fazer algo certo e que se coaduna com o prémio. Dylan desempenhou realmente um papel importante e de excelência na årea da Literatura. Não percebo. Devo ser muito burro.
E é isto.
Ióóóó, iiióóóóó... junto-me a ti ;))))
ReplyDeleteAcho que esta malta detestou ter que levar com as cantigas de amigo nas aulas de Literatura, eu também, mas sempre me ficou qualquer coisinha para poder avaliar o que é Literatura e o que é música...
Bom dia Quarentona :)
DeleteÀ quantidade de vezes que eu tive de ter esta discussão ontem, nunca me lembrei desse argumento. É o que eu digo. Sou mesmo burro...
Olha, nunca deves ter escrito nada tão bom.
ReplyDeleteQualquer dia, o prémio é teu :)
Eu também não percebo a onda. Ando pasmada, a ler o que escrevem pessoas que eu considerava superiormente iluminadas. (São luzes que se apagam, ou somos nós que pomos uns óculos de sol de vez em quando...)
Bluezinha, a tua confiança na minha capacidade Literária oprime-me, daí só de vez em quando saírem pérolas destas!
DeleteÉ triste não é? Pessoas que são tão coerentes numa coisa e depois vai-se a ver e esbardalham-se todas num tema polémico, é certo, mas não tão fracturante assim...
Eu vou continuar a falar com elas como falava ontem, mas honestamente confesso-me triste!
Confesso que não conheço grande coisa de Bob Dylan, diria que não fomos propriamente apresentados. De qualquer forma já ouvi o senhora a cantar e acho-o melhor poeta que cantor. Compõe lindamente, escreve poesia que só ele e calha a cantá-la. Se não fosse o que prende as pessoas com o conteúdo das letras ninguém sabia quem ele é. Pelo poeta que é porque não um novel da literatura. Já estou como o "Por falar noutra coisa", pelo menos este ano ganhou um que eu sei bem quem é (excluido Saramago).
ReplyDeleteOlá Cátia,
DeleteConfesso que não sou o maior fã da música do Dylan. Aquela voz nasalada não me apraz particularmente e a harmónica nunca me soou muito bem. Apesar de ser grandíssimo fã do "Times they are a-changing" e do "Mr. Tambourine Man".
Mas as letras... As letras pá! As letras é que são qualquer coisa de extraordinário.